O que é Storytelling?

storytelling

R2 Creative – Especializada na criação de Apresentações Profissionais e Acadêmicas.

Olá pessoal,

Toda história tem uma sequência e esta não poderia ser diferente. Conforme falamos ontem, onde compartilhamos um vídeo que fala deste tema, hoje vamos falar, com mais detalhes, do que se trata o “Storytelling”.

Storytelling pode ser definido de várias maneiras, mas a que importa nesse caso é que se trata de uma poderosa ferramenta para compartilhar conhecimento, utilizada pelo Homem muito antes do que qualquer mídia social. Para ser mais exato, há algo em torno de 30 a 100 mil anos, quando acredita-se que o Homo Sapiens Sapiens desenvolveu a linguagem.

 Para entender essa ferramenta é preciso saber a diferença entre duas palavras da língua inglesa: “history” e “story”. A primeira está relacionado com fatos reais, como a queda do Império Romano ou alguma coisa que aconteceu na sua vida, rotina ou não. A segunda é uma estrutura narrativa, geralmente ligada à ficção, mas não necessariamente. Na língua portuguesa o correto é escrever “história” para ambos os casos, por isso, a partir de agora, entendam que sempre estarei me referindo à “story” ok?

Contar uma história é encadear eventos de maneira lógica, dentro de uma estrutura com certos padrões que, de forma muito resumida, são:

 – Uma quebra de rotina. Histórias são sempre sobre eventos extraordinários. A não ser em “filmes de arte”, não há motivo para contar uma história sobre o cotidiano.

 – Pelo menos um protagonista, que é o personagem com o qual as pessoas devem se identificar. Ele sempre deve estar buscando algo.

 – Pelo menos um antagonista, que pode ser desde um super-vilão estereotipado até uma sociedade inteira, uma doença, o tempo etc. O importante é criar obstáculos para o protagonista.

 – Conflito, ou seja, a tensão desse embate entre os elementos opostos. É isso que segura a atenção do público.

 – Uma sequência de eventos com começo, meio e fim, passando por pelo menos um climax. O famoso “plot“, essencial para que a história faça sentido para as pessoas.

 Por incrível que pareça essa estrutura narrativa é utilizada desde quando nossos ancestrais se sentavam em torno das fogueiras e contavam sobre caçadas. Dessa forma, além de entreter a tribo, eles conseguiam “viralizar” e perpetuar suas aventuras, onde estavam contidos conhecimentos necessários para sua sobrevivência, desde coisas práticas até expectativas da conduta dentro daquele grupo, passando por tentativas de explicar os mistérios da vida e do universo.

No melhor espírito “quem conta um conto aumenta um ponto”, essas histórias vão se modificando e daí nascem as mitologias, dando forma às culturas locais. Depois temos a invenção da literatura, teatro, cinema, quadrinhos, videogames e uma infinidade de meios e estilos cujos objetivos do ponto de vista da sociedade são exatamente os mesmo desde sempre.

POR QUE UTILIZAR STORYTELLING? 

Há uma infinidade de formas, com maiores ou menores graus de dificuldade e eficiência. A mais básica seria pegar a história real da sua marca, ou seja lá o que estiver querendo vender, e reorganizar os fatos de forma que estejam dispostos em uma estrutura de história. Mais ou menos como um filme “baseado em histórias reais“.

 O problema é que nem sempre dá para garantir que a marca tenha uma “history” legal o bastante para render uma boa “story”. Teoricamente você pode fazer um filme baseado em qualquer coisa, mas daí para ser um sucesso de bilheteria é um gap enorme. Um filme sobre o Steve Jobs e a Apple provavelmente seria bom, mas no mundo corporativo isso é exceção.

 Na outra ponta tem a ficção, que permite um controle muito maior dos personagens e do plot, aumentando as possibilidades de engajamento e também de desdobramentos. Dois exemplos de como isso pode ser feito:

 – Popeye, o herói marinheiro criado em 1929, originalmente não precisava comer espinafre para ganhar força. Esse elemento da história só foi introduzido algum tempo depois, quando houve as primeiras adaptações dos quadrinhos para o cinema. Dizem que isso teria sido um product placement de uma empresa de espinafre. Verdade ou não, o fato é que o desenho aumentou o consumo de espinafre nos EUA em 30% nos anos subsequentes, salvando esse segmento de uma crise.

 – Coca-Cola Happiness Factory, famoso case da W+K, é um exemplo mais moderno de como um universo ficcional pode ser criado para uma marca. Trata-se um mundo que se passa dentro da vending machine, com personagens e regras próprias. Teria sido melhor ainda se o universo e personagens funcionassem suficientemente bem fora do ambiente de comunicação da Coca-Cola, por exemplo, sustentando um longa metragem ou uma série de quadrinhos. Não chegou lá, mas quase.

 – No meio do caminho entre esses dois extremos, dá para, por exemplo, pegar carona com product placement em uma outra história.

– Nessa apresentação você pode encontrar outros exemplos.

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O QUE É TRANSMÍDIA?

Não compre uma coisa antiga pelo preço de uma novidade, transmídia, no contexto do mercado publicitário, é só um termo repaginado para os antigos “comunicação 360º” ou “comunicação integrada”.

 Já transmídia storytelling é contar uma história (“story”) por meio de diferentes mídias, tendo consciência de que cada uma exige uma narrativa específica e atinge públicos diferentes. O primeiro universo ficcional criado desde o início com esse propósito provavelmente foi o de Matrix, tendo a trilogia de filmes como o núcleo desse universo, e depois uma série de produtos que aprofundavam a história em outros meios, para uma parte mais engajada do público: animação, quadrinhos, videogame etc. Em cada um desses casos era contada uma outra parte da história, ligada ao núcleo, porém diferente dele.

 É possível dizer que Star Wars foi a franquia que deu o pontapé inicial desse movimento, comercialmente falando, embora originalmente esse universo não tenha sido concebido para esse propósito.

 No âmbito da comunicação de marcas, as técnicas de transmídia storytelling podem ser utilizadas para fazer uma amarração contextual mais elaborada e potencialmente mais engajadora entre as diferentes mídias de uma campanha. A própria Coca-Cola Happiness Factory é um exemplo disso. O problema é que se presta muita atenção nas mídias e novas tecnologias, mas esquecem que sem uma boa história o resto não funciona.

 Fonte: Update or Die / Por Bruno Scartozzoni.

R2 Creative – Especializada na criação de Apresentações Profissionais e Acadêmicas.

Uma breve história sobre storytelling

Storytelling

R2 Creative – Especializada na criação de Apresentações Profissionais e Acadêmicas.

Olá pessoal,

Hoje estaremos compartilhando com vocês um vídeo interessante e que fala do STORYTELLING de uma maneira muito legal e que vi no blog da mídia diária. Este tipo de mídia é uma das mais antigas do mundo.

Amanhã estaremos postando a definição deste tipo de mídia para seu conhecimento.

Assistam e aproveitem o conteúdo:


R2 Creative – Especializada na criação de Apresentações Profissionais e Acadêmicas.

 

Memes: o que são esses virais que estão transformando a forma como nos comunicamos

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Fonte: http://www.administradores.com.br   Por: Por Eber Freitas, Revista Administradores

Desenhos toscos, piadas criativas e vídeos virais podem parecer apenas uma forma de distração, mas também representam o surgimento de novas linguagens e formas de comunicação em um mundo onde as fronteiras e tabus são motivo de riso.

Na escola você inventou um método de trapacear na prova colocando as respostas em uma pasta transparente ou no caniço da caneta e achou que era um gênio por isso? Chegou a achar que foi o único no mundo que queria ser algo mais do que um melhor amigo para uma certa pessoa? Ou ainda se sente deslocado por achar mulheres (ou homens) comuns mais atraentes do que modelos?

Bem, se você ainda não sabe, essas situações são frequentes no mundo todo e compartilhadas diariamente, enquanto um usuário aleatório no Facebook observa e comenta: “caramba, pensei que isso só acontecia comigo”. E rapidamente aquele relato construído através de desenhos inusitados, músicas remixadas ou vídeos vai alcançando cada vez mais usuários até atingir extremos inimagináveis.

Os memes – nome dado a essas, digamos, unidades – é um conceito um pouco mais antigo e filosófico do que parece. Em 1976, o biólogo evolucionista britânico Richard Dawkins publicou o livro O gene egoísta, no qual propõe um elemento ligado ao conceito de cultura, relativo à transmissão de memória e conhecimento: o meme – adaptação do grego mimeme (imitação) e aproximação do francês même (mesmo) – é um replicador da cultura humana. Assim como os genes na reprodução sexuada, o seu propósito é a proliferação. A metáfora é válida para os hits diários que povoam a web, os slogans que caem no gosto dos cidadãos digitais, e até para certos versos musicais indesejados. Sendo assim, as nossas mentes se transformam nos instrumentos de sobrevivência e replicação dos memes.

 Imagem: reprodução/ revista Administradores

 

Desafio aceito

Pierre Lévy, o filósofo da cibercultura, defende a existência de quatro espaços: a Terra, o Território, a Mercadoria e o Saber. Os processos “mêmicos” se dão, evidentemente, no espaço do Saber, não-territorial e tão etéreo ao ponto de quase inexistir. É por aqui que os inteligentes coletivos – chamemos de internautas – configuram-se e reconfiguram, criando novas linguagens, artes, formas e dispositivos comunicacionais, potencializados pela ubiquidade da web.

Quer uma boa desculpa para dar ao seu chefe ou professor quando for flagrado vendo bobagens no computador? Lá vai uma do próprio Pierre Lévy: “Cada vez que um ser humano organiza ou reorganiza sua relação consigo mesmo, com seus semelhantes, com as coisas, com os signos, com o cosmo, ele se envolve em uma atividade de conhecimento e de aprendizado”. Depois é só acrescentar uma cara de troll (tabela 1) no final.

No contexto da World Wide Web e sua cultura múltipla, sem fronteiras e sem forma, um bebê fazendo pose de quem obteve sucesso em uma empreitada (tabela 2) é o background de histórias comuns que acontecem com várias pessoas em várias partes do mundo. E a mesma imagem é utilizada em diferentes relatos, de forma completamente ametódica, porém engraçada e interessante em sua simplicidade, de forma que a replicação é intensa – em alguns casos duradoura, até passar a moda.

Não é preciso ser um internauta viciado para lembrar da – perdoem a terminologia – cantora mirim Rebecca Black e sua ode à sexta-feira; toda prévia de fim de semana tinha que ter a Friday nos trending topics das redes sociais, até que os usuários cansaram disso. Pessoas solitárias se transformam no forever alone (3), quem executa uma tarefa com perícia ganha o like a boss (4) e um dinossauro coçando o queixo (5) é quem faz os questionamentos sobre a vida, a morte e outros assuntos dos quais se ocupa a filosofia (ou não). Dessa forma, avacalhando com a cátedra, profanando o sacro, é que as coisas se tornam tão somente engraçadas. Até temas sérios como a pedofilia ganharam versões em memes.

De onde vêm?

Sabia que o primeiro emoticon de que se tem registro foi criado em 1982 por Scott E. Fahlman, pouco tempo após a publicação de Burning chrome – conto ciberpunk de William Gibson onde é cunhado o termo “cibercultura”? No começo da história dos memes ainda era fácil determinar a autoria e a verdadeira origem das ideias antes de elas se propagarem desordenadamente.

Hoje é quase impossível: é como encontrar dinheiro no chão da sala de aula e perguntar de quem é. A coisa toda só funciona assim, ninguém registra direitos de cópia após “inventar” um meme, por isso, muitas vezes é impraticável rastrear a sua origem e até o seu criador – embora alguns traços denunciem sua origem ou, pelo menos, sua inspiração. Barack Obama, Yao Ming, Jackie Chan e até o astrofísico Neil deGrasse Tyson esboçaram reações que se transformaram em memes famosos.

A proliferação dos memes acontece principalmente em sites como o 4chan, Reddit e 9gag, além de blogs hospedados no Tumblr. Boa parte deles saiu desses redutos obscuros da web, que detêm uma quantidade de acessos surpreendentemente alta e geralmente aceitam contribuições livres de qualquer usuário gratuitamente, submetendo a qualidade dos memes às votações dos outros usuários.

Esse processo de construção de novas estruturas de linguagem com a participação de usuários proativos demonstra que a internet é bem mais do que o caos informacional apregoado por muitos acadêmicos de alta estirpe. Na verdade esse advento foi uma alternativa mais do que válida e aprovada pela sociedade aos modelos tradicionais e desgastados de acesso à informação, como a televisão, o rádio, as bibliotecas e jornais, tanto é que os próprios estão sendo obrigados a se reinventar em um ritmo de urgência para evitar a própria obsolescência. Além disso, ao ignorar o “politicamente correto” das plataformas tradicionais, as pessoas articuladas pela web recuperaram uma capacidade que começava a se tornar rara: a de rir.

Memes de sucesso

(1) Trollface: foi criada por Carlos Ramirez (Whynne), um usuário do DeviantArt (site onde artistas de todo o mundo divulgam seus trabalhos) em 2008 e se tornou popular no 4chan. A expressão irônica com o sorriso largo, olhos estreitos e traços grosseiros indica a satisfação ante a irritação de outra pessoa.
 
 
   (2) Success kid: Sammy tinha apenas 11 meses quando foi tirada essa foto na praia, em 2007. A boca e a mão cerradas, salpicadas de areia, lembram uma expressão de vitória, o que foi suficiente para que a imagem se espalhasse pela rede com diversas histórias descritas apenas pela hilária expressão. Hoje Sammy tem 4 anos… será que ele vai fazer essa mesma cara quando tiver idade para saber que uma foto sua percorreu a internet?
 
 
  (3) Forever alone: quem nunca se sentiu só nessa vida, às vezes por períodos tão prolongados que a sensação é de uma eternidade de solidão? Sua origem é desconhecida, mas a postagem mais antiga com o forever alone data de abril de 2010, no 4chan. Às vezes a nomenclatura é alterada para se adaptar melhor à situação (forever a kraken, ou forever a scone).
 
 
   (4) Like a boss: às vezes conseguimos fazer uma coisa tão bem feita que nos enchemos de orgulho por um momento. Por vezes essa emoção é descrita por uma rage comic – de nome indecoroso -, outras por fotografias de situações características, como beijar a namorada durante uma manobra na motocicleta.
   (5) Philosoraptor: era para ser apenas a estampa de uma camiseta, mas a imagem do velociraptor em pose de questionamento caiu nas graças dos usuários do 4chan. Foi desenhado em 2008 pela loja online Lonely Dinosaur e rapidamente se espalhou pela web junto a questionamentos metafísicos e filosóficos essenciais acerca da existência, tais como: “se uma pessoa com múltiplas personalidades ameaça se suicidar, essa é considerada uma situação de sequestro?”

Sugestões de leitura

Pierre Lévy:
A inteligência coletiva – por uma antropologia do ciberespaço

Richard Dawkins:
O gene egoísta